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Caminhada histórica

por Limón

Caminhada histórica por Limón

Em 25 de setembro de 1502, Cristóvão Colombo em sua quarta e última viagem chegou ao nosso litoral caribenho. Apesar de não ter desembarcado por motivos de saúde, teve conhecimento das caraterísticas da região e entrou em contato com alguns indígenas. Apesar deste fato, durante mais de dois séculos, Carián (Limón) permaneceu praticamente desconhecida, já que foram os portos de Suerre (1576), Matina (1637) e depois Moín (1839) os únicos habilitados na costa do Caribe.

Com a independência surgiu a preocupação de nossos primeiros governantes pelo estabelecimento de um porto no litoral caribenho, que pudesse ser utilizado para o comércio com Europa. Porém, esta possibilidade não resultava facilmente viável, dadas as dificuldades por abrir um caminho para a costa, por causa dos rigores do clima e a impenetrável vegetação selvagem.

Em 9 de novembro de 1865, o governo de José Maria Castro Madriz declarou a Limón como porto principal na costa Atlântica. Em 1870 Limón obteve o título de comarca e conforme desenho do engenheiro Francisco Kurtze, procedeu-se à rotulação e o delineado dos quadrantes da cidade. Cinco anos depois (1871) deu-se o translado do casario de Moín a Limón, mediante a construção de instalações portuárias. Em 1871, para facilitar a exportação de café, o governo de Tomás Guardia, tentou construir uma ferrovia que ligasse o Vale Central com o porto de Limón, mas o projeto fracassou.

Novamente foi reiniciado em 1884 por meio do contrato Soto-Keith e finalmente em 7 de dezembro de 1890, a ferrovia foi inaugurada e ficou em mãos da Northern Railway Co. A construção da ferrovia determinou dois fatos de vital transcendência para a região do Caribe. O primeiro foi em dezembro de 1872, quando procedente de Kingston, Jamaica, chegou o primeiro barco com trabalhadores negros, com o objetivo de integrar-se aos trabalhos de construção da ferrovia. Posteriormente, este contingente humano ficou na zona de forma permanente. O segundo acontecimento de importância foi o surgimento das plantações bananeiras e do enclave transnacional da United Fruit Co. (1899).

Em 25 de julho de 1892 Limón foi elevado a categoria de município. Em 1903 foi instalado o sistema de iluminação pública. Em 1907 a cidade contava com um serviço de esgotos e em 1912 com encanamento para transporte de água potável. A cidade de Limón e toda a província surgiu no século XX como uma região multiétnica e múlti linguística, ao contar em sua população com negros, chineses, indígenas e mestiços provenientes do Vale Central.

No tocante ao aspecto arquitetônico, o estilo conhecido como vitoriano caribenho foi difundido e adaptado tanto para as grandes construções comerciais como para o setor habitacional. O desenho respeitava as condições rigorosas do clima da zona, para ter proteção do sol e da chuva. Assim foi consolidada para a região uma fisionomia arquitetônica muito própria e distinta a do interior da República. A moradia tradicional foi construída em madeira e foi elevada do solo sobre pilotes.

Além disso, contava com suportes, corredores, sótãos e combogós para a ventilação. Os tetos eram de lâminas de ferro galvanizado e apresentavam uma forte pendente, com beirais inclinados e pronunciados para proteção do sol e da chuva. Hoje em dia no bairro Jamaica Town, habitado maioritariamente por afro caribenhos, ainda se conservam muitas casas de entre 80 e 100 anos em este estilo, pintadas com o tradicional verde azulado. Durante a primeira metade do século XX, na cidade de Limón, tiveram especial participação no desenho e supervisão de importantes obras construtivas o contratista e construtor de origem espanhol César Rivaflecha Zavala, os engenheiros Guillermo Gargollo e Rogelio Pardo Jochs e os arquitetos José Maria Barrantes Monge e Rafael Garcia.

Em 1999 foi projetado o atual bulevar pedestre que partindo do Parque Vargas se estendeu até o Mercado Municipal, com um percurso de 400 metros.

  • EXCURSÃO I

    1- Parque Vargas

    Situado nas Avenidas 1 e 2, Rua 1.

    Em 1895 a United Fruit Co.,doou o terreno necessário para a conformação de um parque na cidade de Limón. O governador da Província, Balvanero Vargas, em seu desejo por consolidar um formoso projeto, não poupou esforços e encarregou a distintos capitães de barcos que chegavam ao porto, que trouxessem árvores tropicais de Cuba e Jamaica (lauréis da índia, crotones e palmeiras). Para o desenho do parque contratou o francês Andrés Bonife, que radicava na ilha de Martinica. Com base em uma área de 16.800 m2 escolheu um desenho clássico, inspirado nos traços de Versalles. O resultado foi um espaço verde de características tropicais, onde a espessa vegetação criou um microclima ideal.

    Em 1905 foi batizado como Parque Vargas, em homenagem a Balvanero Vargas. No final do século XIX foi instalado um quiosque pré-fabricado em metal de estilo vitoriano e com uma planta octogonal (similar ao primeiro quiosque do Parque Morazán), mas em 1911 decidiu-se substitui-lo por outro em concreto armado e de influência neoclássica. O lugar possui também uma planta octogonal, colunas nas esquinas e quatro escadarias; apresenta decorações de vegetais e animais próprios do Art. Noveau. Seu desenhador foi César Rivaflecha. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 26 de junho de 1995.

    2- Capitanias dos Portos

    Situada nas Avenidas 2 e 3, Rua 1.

    A edificação foi construída na década de 1930 segundo um desenho de César Rivaflecha para ser ocupada pela Capitanias dos Portos, o Governo da Província e como residência do governador. Possui uma tipologia de influência afro caribenha ou antilhana muito similar às edificações construídas pela United Fruit Co. Fica na esquina e apresenta uma distribuição de planta em forma de “L”, de dois andares e contorneando um pátio interior. Tem um balcão de balaustrada no segundo andar, enquanto no primeiro andar se vê um amplo corredor. Na edificação foram usadas madeira em tábuas de pinho, nas paredes, pisos e tetos. Para a ventilação se optou pelo uso de combogós, muito de acordo com a climatologia do lugar e as grandes janelas de dupla folha ou do tipo guilhotina. Funcionou como Capitania e Governação até 1986. Foi declarada patrimônio histórico arquitetônico em 26 de novembro de 1995.

    3- Palácio Municipal

    Situado na Avenida 2, Rua O e 1.

    O atual imóvel data de 1942 e se diz que o desenho da planta corresponde ao engenheiro Rogelio Pardo, enquanto o conceito de fachada é do arquiteto José Maria Barrantes Monge, um dos arquitetos mais famosos da primeira metade do século XX na Costa Rica. Em seu desenho de fachada são apreciados alguns elementos estilísticos muito similares aos utilizados por Barrantes em outras edificações do Valle Central. É uma construção de tijolo de influência neocolonial, em forma de “U” na qual foram empregadas as grades de aço do primeiro mercado de 1893. Na edificação ressaltam as galerias e arcadas , bem como as janelas de arco de meio ponto do primeiro nível. Nos últimos anos foi instalada nos seus jardins a estátua do herói indígena Pablo Presbere. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 26 de julho de 2002.

    4- Antigo Escritório da United Fruit Co.

    Situada nas Avenidas 1 e 2, Rua 1.

    Em 7 de Fevereiro de 1880 foi realizado o primeiro embarque de banana, no barco noruego “Earnholm” rumo a Nova Iorque. Com isso começava a produção bananeira de nosso país com fins de exportação. Os edifícios foram construídos na década de 1880 para serem utilizados como escritórios administrativos da United Fruit. Co. Possuem um desenho tipológico elaborado nas oficinas da companhia em Boston, Estados Unidos, e implantado em seus enclaves do Caribe.

    São edificações para o clima tropical, com bom manejo dos espaços. O imóvel está localizado na esquina nordeste é de um andar e retangular, enquanto o imóvel da esquina sudeste é de dois andares e com uma disposição de planta em “L”. Ambos possuem uma estrutura de metal que suporta as vigas e as colunas. As paredes exteriores são de tijolo e internamente apresenta salões ou aposentos individuais e amplos, com divisões em madeira e pau-a-pique francês. A cobertura do teto facilita a saída das águas O edifício de dois andares tem balcões e um enorme monitor que facilita a ventilação e iluminação dos mezaninos através de amplas janelas. Os dois edifícios projetam para a calçada, grandes beirais que formam uma galeria coberta de 100 metros, que cobre os transeuntes da chuva e do sol. Na década de 1930 a companhia abandona a produção bananeira no Caribe e as edificações passam a mãos da Companhia Bananeira da Costa Rica. Em 1972 são adquiridos pela empresa Cobre e Aço S.A. representada por Enrique Odio Cooper. Na atualidade funcionam escritórios e diversos locais comerciais. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 18 de fevereiro de 1999.

    5- Pensão Costa Rica.

    Situada na Avenida 2 , Ruas 1 e 2.

    O terreno onde foi construída a Pensão Costa Rica, pertencia ao arquiteto Quinto Vaglio Bianchi, um comerciante de nacionalidade italiana. Em 1905, o arquiteto Vaglio realizou o desenho da pensão de três andares e encarregou a obra de construção a César Rivaflecha. Possui uma fachada de desenho simétrico, com uma total correspondência entre os balcões e as portas. Estilisticamente oferece uma influência do Neoclássico francês, para projetar uma imagem única dentro da paisagem da cidade. Foi edificada com uma armadura metálica e com tijolos para as paredes.

    Possui além de um enchapado de pedra de granito cinza nos dois primeiros andares e rosa no terceiro. Chama a atenção seus balcões com varandas de ferro forjado e colunas falsas nos marcos das portas que dão para os balcões, bem como a pedra chave no arco de meio ponto, que coroa o acesso a cada balcão. Apresenta um pátio central e corredores internos, que dão ao mesmo em seus três níveis. Em 1919 o hotel passou a mão de Guillermo Niehaus Ehlers, em 1973 se transferiu à Sociedade Coblenza Ltda. de Hans Niehaus Ahrens e em 1982 a adquiriu Maria Lourdes Torres Zapata. Foi declarada patrimônio histórico arquitetônico em 5 de setembro de 1997.

    6- Mercado Municipal

    Situado nas Avenidas 2 e 3, Ruas 3 e 4.

    Toda cidade recém fundada deve resolver uma série de necessidades de imediata urgência. Entre elas está a existência de um mercado de abastecimento para a população. Por isso a cidade de Limón decidiu estabelecer seu primeiro mercado no ano de 1893, no mesmo lugar que funcionava o atual. Posteriormente, durante a década de 1930, a edificação começou uma série de remodelações e ampliações. Porém, sua fisionomia atual corresponde fundamentalmente aos dois primeiros anos da Administração Calderón Guardia (1940-1944), período no qual foi praticamente reconstruído sob a direção de Rogelio Pardo Jchs e do arquiteto José Maria Barrantes.

    Para seu desenho de influência Art Déco, muito similar ao mercado de Kingston Jamaica, foi adotado um estilo fechado por razões de higiene, ornamentação e segurança. Originalmente era uma edificação simétrica e estava rodeada de amplos jardins. Hoje em dia, apresenta uma aparência caótica como produto de ter sido construída uma série de locais comerciais em seus antigos jardins. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 22 de setembro de 1998.

    7- Correios e Telégrafos

    Situado na Avenida 2, Rua 4.

    A edificação foi construída em 1911, sendo seu primeiro dono um senhor de sobrenome Miiridge de ascendência judia. Estilisticamente o imóvel apresenta uma mistura de estilos com tendências neocoloniais, neoclássicas adaptadas às necessidades ambientais, bem como algumas decorações em Art Noveau. O desenho, a dois andares, correspondeu ao construtor César Rivaflecha, que implementou uma distribuição simétrica, com planta em “U”. Possui um pátio central, que tem acesso aos corredores internos em ambos andares. Foi construído em tijolo e estruturalmente apresenta armação de ferro em peças de longa espessura.

    Em seus inícios o térreo foi utilizado para locais comerciais e o segundo andar para casa de habitação. Externamente são observadas 15 portas de grandes dimensões ao nível da rua e, sobre elas, igual número de balcões com varandas de ferro forjado. Também podem ser vistas em su fachada pilastras de capitel coríntio. Ressalta nos marcos das portas e janelas uma máscara ornamentada estilo Art Noveau, com motivos elaborados em gesso policromático e alusivo a ferrovia e a navegação. Com o passar do tempo tiveram outros usos.

    Na década de 1950 o governo a adquiriu e a converteu na sede dos Tribunais de Justiça, uma Instituição Penal e a Agência de Polícia. Na década de 1960 funcionaram os escritórios de JAPDEVA, a Guarda Rural e o Colégio Novo. A partir de 1973 é o escritório dos Correios e Telégrafos. Um projeto espera convertê-lo em O Museu Etno-histórico de Limón. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 5 de novembro de 1981.

    8- Casa da Cultura

    Situada na Avenida 3, Rua 3.

    Em 1938 foi construída a edificação em concreto armado, para ser utilizada inicialmente como um mercado de carnes da cidade, mas em 1939 se converteu na unidade sanitária de Limón. A fachada apresenta um estilo Art Déco, tendência muito utilizada na época. Nos anos de 1960, a nave central se transformou no Restaurante o Oásis, que alcançou grande popularidade entre os marinhos que chegavam ao porto, ao oferecer além do restaurante, um amplo salão de dança e um bar. O restaurante foi aberto por Rubem Acón León, locatário do imóvel, que também estabeleceu a moradia familiar no segundo andar do edifício. Em meados da década de 1980, o Estado pediu sua desapropriação com o objetivo de convertê-lo no Teatro Popular de Umán e em uma Casa de Cultura. Para este fim, houve uma readequação interna do espaço mediante a demolição do segundo andar e a instalação da estrutura e das escadarias. Em uma das seções laterais foram colocados os escritórios da Casa da Cultura e do outro lado continuou subsistindo a Livraria Bonilla.

    9- Escola Tomás Guardia Gutiérrez

    Situada nas Avenida 2 e 3, Rua 5.

    Em 1870 Limón foi declarada comarca, ante a necessária habilitação do porto para o comércio internacional. Dois anos depois começou a rotulação de lotes e solares, permitindo o povoamento efetivo da zona. Com isso se impôs a urgente tarefa de estabelecer um centro de ensino primário para as crianças do povoado. Assim em 12 de fevereiro de 1877, durante o governo de Tomás Guardia Gutiérrez (1870-1882), foi ordenada a construção do primeiro centro educativo sob o nome do Instituto Escolar Superior para Rapazes de Limón. Com o passar do tempo a infraestrutura escolar foi modificando-se, até que na administração de Rafael Ángel Calderón Guardia (1940- 1944) se conseguiu construir uma nova edificação em concreto armado de dois andares.

    Posteriormente foi ampliada com novos pavilhões em tijolo e blocos ornamentais. A seção mais antiga, de influência racionalista, é um desenho do arquiteto José Maria Barrantes Monge. O centro educativo, como instituição, é a mais antiga da cidade. Ostenta o nome do General Tomás Guardia Gutiérrez como uma homenagem ao presidente que estabeleceu a primeira Escola de Limón. Foi declarada patrimônio histórico arquitetônico em 17 de maio de 1989.

    10- Estádio de Beisebol Big Boy.

    Situado nas Avenidas 1 e 2, Ruas 6 e 7.

    Nos fins do século XIX o esporte beisebol começou na cidade de Limón em um campo aberto e como produto da influência dos empregados norte-americanos, que chegaram à zona com motivo da construção da ferrovia ao Caribe e o estabelecimento posterior da companhia bananeira. Em 1887 foi inaugurada formalmente o campo , que posteriormente se transformaria no atual estádio, para a prática do beisebol e dez anos depois (1897), a United Fruit Co., doou legalmente o terreno à Prefeitura com a finalidade de consolidar este esporte na cidade. Na década de 1940, o estádio é fechado e suas modestas instalações foram remodeladas. Foram construídos novos muros de tijolo e escadarias. Em um ato posterior foi tomada a decisão de batizá-lo como Estádio de Beisebol Big Boyé em lembrança e homenagem ao destacado beisebolista Bancroft Scott. O estádio não possui qualidades arquitetônicas de relevância, mas sim uma grande importância para o desenvolvimento esportivo da cidade. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 18 de julho de 2002.

    11- Catedral

    Situada nas Avenidas 3 e 4, Ruas 5 e 6.

    Em 1892 foi estabelecida a primeira Igreja Católica de Limón e ao criar-se a paróquia se escolheu como padroeiro ao Sagrado Coração de Jesus. Durante o período do vicariato a igreja esteve ao cuidado da Ordem dos Vicentinos, que eram originários da Alemanha. Entre 1954 e 1956 foi construída a anterior Catedral, edificada em tijolo e com estrutura de concreto. Na década de 1940 foi erguida em tijolo a Casa Episcopal, com uma influência neocolonial. Em 1994 foi criada a Diocese, com o Presbítero José Francisco Ulloa como seu primeiro bispo. A antiga Catedral foi demolida no ano 2001. A nova Catedral foi desenhada em um estilo moderno pelo arquiteto mexicano Raul Godar. Apresenta uma nave única e capacidade para 600 pessoas sentadas. Como material de construção foi usado concreto no lugar, com acabamento exposto. Foi consagrada no ano 2009. Na edificação são conservados os vitrais, os sinos e o Cristo monumental da anterior catedral. Dentro do novo projeto decidiu-se conservar a torre do campanário da antiga igreja.

    12- Black Star Line

    Situado na Avenida 5, Rua 5.

    O Black Star Line foi construído em 1922 (o edifício atual é dos fins da década de 1980) com uma estrutura e acabados totalmente em madeira. Apresenta um desenho arquitetônico inspirado no Vitoriano Caribenho, com dois andares. No segundo andar sobressai um grande salão múlti usos conhecido como “Liberty Hall”, que se emprega nas mais diversas atividades culturais e festas. Um corredor periférico cria um extenso balcão com varandas, que permite aliviar o salão.

    No segundo andar estão localizadas uma série de locais comerciais, entre eles um restaurante de comida caribenha e um amplo passeio a coberto, como proteção do meio ambiente. É uma das edificações mais emblemáticas da cidade de Limón, por ter sido construída como parte de um projeto político cultural. Em 1887 nasceu em Jamaica Marcus Garvey (esteve na Costa Rica em 1910), criador da Associação Universal para o Melhoramento do Negro’ (UNIA) e promotor do “Black África Movement”. Este movimento sugeria o melhoramento social e econômico dos negros do continente americano e finalmente organizar seu regresso a África. Com este motivo, em distintos países foi propiciada a construção de edificações que serviram de enlace a seus objetivos e a sua companhia de vapores a Black Star Line. Assim o edifício do Black em Limón foi se consolidando como um clube social, similar a outros que apareceram em diversos lugares do Caribe. Foi declarada patrimônio histórico arquitetônico em 16 de março de 2000.

  • EXCURSÃO II

    1- Casa Missioneira Batista

    Situada na Avenida 6, Rua 5.

    Nos fins do século XIX foi construída esta edificação de estilo Vitorino antilhano, construído sobre pilotes e inteiramente em madeira. O imóvel de dois andares e provisto de balcões foi destinado a escritórios da Igreja Batista e casa de habitação. Sua construção deve-se ao interesse da congregação Batista da Jamaica, por dotar com uma missão religiosa à população preta, que habitava o Caribe costa-riquenho. Em 1888 a Igreja Batista foi a primeira em chegar ao nosso país, em 1894 o faria a Metodista e em 1895 a Anglicana. Em 27 Maio de 1888, enviado por “The Jamaica Baptist Misionery Society”, chegou a Limón o Reverendo Joshua Heath Sobey, com o objetivo de determinar as condições dos emigrantes no aspecto espiritual. Da sua visita se resolveu estabelecer uma missão em Limón para que atendesse toda a zona centro-americana. Da Jamaica chegou o financiamento para sua construção e foi nomeado a Sobey como missioneiro. A partir de sua inauguração foi conhecida como “A Casa Missioneira’. Hoje em dia continua sendo a sede dos escritórios da igreja. Foi declarada patrimônio histórico arquitetônico em 4 de abril de 2002.

    2- Estádio de Futebol Juan Gobán

    Situado nas Avenidas 2 e 3, Ruas 8 e 9.

    Inicialmente o lugar que hoje em dia ocupa o estádio era um espaço aberto conhecido como Praça Igrejas e pertencia à Prefeitura local. Na década de 1940 era praticado futebol, mas não existia arquibancada. Em 1963 o time de Limón subiu à primeira divisão. Dois anos depois (1965), o campo foi fechado com um muro de tijolo e foram instaladas as arquibancadas de madeira, surgindo um modesto estádio. Em 1993 com motivo dos XV Jogos Esportivos Nacionais foram instaladas umas arquibancadas pré fabricadas e foram criados os escritórios do Comitê Cantonal de Esportes. Juan Gobán Quirós (1904-1930) foi o primeiro futebolista de origem limonense, que jogou em primeiras divisões na cidade de São José. Formou parte dos clubes Ginástica Limonense e Clube Sport A Liberdade entre os anos de 1921 e 1929.

    3- Quebra-mar

    Situado no comprimento da costa que margeia a cidade.

    Ainda em 1883, durante a maré alta, o mar inundava amplos espaços que chegavam até as imediações do atual Mercado Municipal. Perante esta situação, o governador da Província de Limón, Balvanero Vargas (1893 a 1905), propôs reverter a situação. Ordenou que fossem recheadas as costas baixas da cidade, por meio de areia trazida em carroças desde as praias próximas e que fosse construído um quebra-mar. A obra do quebra-mar implicou um contrato de construção em 1891 com Minor Keith. Em 1895 iniciaram os trabalhos de construção do muro de pedra que teria uma espessura de 50 centímetros. Ficou previsto um saliente desenho em sua parte interna, para formar um assento que se estendesse por todo o comprimento do quebra-mar e que também serviria para subir e ver o mar. O quebra-mar se estende desde o oeste dos pátios da ferrovia, margeia a alfândega e a zona leste da cidade até o extremo norte; ou seja que vai do Parque Vargas até o Hospital Tony Facio.

    Sua construção permitiu a eliminação da lama e o crescimento da cidade, por meio da consolidação de novos espaços que foram distribuídos entre a população para a edificação de novas moradias. Hoje em dia o quebra-mar é um ponto referencial da trama urbana e parte insubstituível da paisagem da cidade. Em 1991 um forte terremoto afetou a região do Caribe e determinou que a plataforma marinha fosse elevada e que o mar se retirasse uns 50 metros da costa. Esta situação deixou o quebra-mar sem sua função original. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 26 de junho de 1995.

    4- Hotel Cariari

    Situado na Avenida 3, Rua 2.

    Em 1910 uns inversionistas da Grã-Bretanha construíram o edifício de dois andares, para o estabelecimento de um banco de capital inglês. O desenho eclético, com elementos neoclássicos correspondeu a César Rivaflecha, e apresentou uma estrutura de concreto e tijolo. Possui colunas com estrias e capitéis de estilo coríntio no primeiro andar e colunas dóricas no segundo. Em ambos os casos permitem formar balcões e corredores cobertos. Um elemento chamativo do imóvel é a grande profusão de molduras decorativas nas vigas de suporte. Os vãos do térreo apresentam arcos de meio ponto, enquanto os do segundo andar são dintéis. Com o passar do tempo os usos do imóvel foram mudando. Durante a Segunda Guerra Mundial pertenceu à Embaixada dos Estados Unidos, que o utilizou como consulado. Também foi uma farmácia de Charles Kit Patrik. Posteriormente o edifício foi utilizado como moradia e locais comerciais, com Tobias Berenson. Surgiu como Hotel Cariari com Maria Maguini e hoje em dia pertence a Omar Corella Izquierdo. Foi declarado patrimônio histórico arquitetônico em 23 de fevereiro de 2001.

    5- Ilha Quiribrí

    Situada em frente ao porto.

    Em 1502 chegou Cristóvão Colombo em sua quarta e última viagem às costas do Caribe da Costa Rica. Suas naves ancoraram no nosso litoral nas proximidades do que hoje em dia é Porto Limón. Porém, as fontes coincidem ao afirmar que o almirante não desembarcou. Dizem que Colombo ficou admirado com a beleza de uma pequena ilha, que estava em frente a Cariay (Cariari). Tratava-se da ilha denominada pelos indígenas como Quiribrí e que ele batizou como a Horta. Tempos depois foi renomeada como Uvita. A ilha está localizada a uns 2 ou 3 quilômetros de Porto Limón e é possível chegar a mesma em somente uns 10 minutos.

    Possui uns 6 hectares de terreno, menos de 1 de comprimento de norte a sul, e talvez uns 300 metros de largura. É uma ilha com uma paisagem exuberante, típico do bosque úmido tropical. Entre as plantas que podem ser observadas no lugar estão os almendros, o poró peruano, pacayas, tabacones, guarumos, cedro amargo, grande profusão de samambaias e palmeiras. Na ilha foi construído um cais, um farol marinho e um casarão . Foi declarada patrimônio histórico arquitetônico em 26 de setembro de 1985 e em 1986 a Comissão Nacional de Nomenclatura procedeu a restituir seu nome primitivo “Quiribrí”.

    6- Monumento a Pablo Presbere

    Situada na Avenida 2, Ruas 0 e 1

    Acredita-se que nasceu na década de 1670 e chegou a ser cacique de Suinse ou Suinsí. Pablo Presbere é conhecido como o guerreiro mais temido de Talamanca, pela coragem e valentia demonstrada na rebelião contra os invasores espanhóis no ano de 1709. O levantamento indígena foi originado pelas injustiças e a submissão causavam os espanhóis na zona de Talamanca. Chegou a unir ao seu redor os indígenas, que habitavam desde Chirripó até a ilha de Tojar ou Colombo na Bahia do Almirante. Em 28 de setembro de 1709, a cabeça de um grupo de cabécares e térrabas atacou o convento de Urinama, para estender a insurreição até as proximidades de Cartago.

    Em fevereiro de 1710, o governador Lorenzo de Granda e Balbín organizou um exército para repelir e capturar os insurretos. Em 4 de julho de 1710 Presbere foi erguida na cidade de Cartago uma escultura em bronze de 2.60 metros de altura, elaborada por Emilio A. Foi erguida nos jardins da Prefeitura de Limón.

    7- Monumento a Simón Bolívar

    Situado na Avenida ?, Rua 2

    Nasceu em 24 de julho de 1783 em Caracas, Venezuela. General e estadista, comandante da emancipação americana, recebeu o título de “Libertador”. Seu pensamento se nutriu com a leitura dos enciclopedistas franceses (Rousseau, Montesquieu, e Voltaire). Jurou consagrar sua vida à liberdade do seu país natal. Em 1809 se uniu a um grupo de conspiradores que organizavam a revolução independentista e a partir dessa data participou dos movimentos armados que conduziram a derrota do poder espanhol na América do Sul. Dirigiu um poderoso exército e memoráveis foram as batalhas de Boyacá (1819), Carabobo (1821), Junín e Ayacucho (1824). O triunfo das armas possibilitou o surgimento de uma série de Repúblicas ao longo da Cordilheira dos Andes. Faleceu em 17 de setembro de 1830. Um busto em bronze, de 75 centímetros de altura, modelado em 1973 pelo escultor Arturo Russ, está nos jardins dos Tribunais de Justiça de Limón.

    8- Monumento a Cristóvão Colombo

    Situado nas Avenidas 1 e 2, Rua 0.

    Nasceu em 1451 em Génova, Itália. Desde muito jovem começou suas viagens e concebeu o projeto de chegar às Índias pelo ocidente. Em 1492, para financiar a empresa, obteve o apoio da rainha Isabel a Católica. Em 3 de agosto de 1492 partiu do Porto de Palos ao mando de três caravelas: a Pinta, a Nina e a Santa Maria. Em 12 de outubro por fim avistaram terra, chegando à ilha de Guanahaní, uma das Bahamas. Em 25 de setembro de 1502, em sua quarta e última viagem, chegou às costas da Costa Rica, sem chegar a desembarcar por estar doente. Suas naves permaneceram ancoradas durante dez dias nas proximidades da ilha Quiribrí, batizada pelo almirante como a Horta, depois conhecida como Uvita e hoje em dia novamente como Quiribrí. A raiz do quinto centenário do descobrimento do novo Mundo, em 5 de Outubro de 1990, foi inaugurado no Parque Vargas um busto em bronze de 90 centímetros de altura de Cristóvão Colombo e do seu filho Hernando (de autor desconhecido).

    9- Balvanero Vargas Molina.

    Situado na Avenida 1 e 2, Rua O e 1.

    Nasceu em San José e possuía uma fazenda de café em Pavas. Serviu na Prefeitura de San José, foi escrivão na Cúria e Secretário do Presidente Jesus Jiménez Zamora. Posteriormente se transladou à cidade de Limón, dedicando-se a realizar um trabalho público, que o consagrou como benfeitor da província. Em 1883 foi nomeado governador da Província e Capitão do Porto. Graças a sua gestão foram realizadas obras tais como: a construção de um quebra-mar para ganhar terra ao mar e aumentar a cidade, foi desenhado o parque central da cidade (que leva seu nome), foi instalado o encanamento da cidade e foram reconstruídas as principais ruas. Balvanero morreu em Limón em 1905. Em 12 de outubro de 1973 foi inaugurado no Parque Vargas um busto escultural em sua homenagem de 90 centímetros de altura, realizado em granito pelo escultor nacional Néstor Zeledón Guzmán.

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